quarta-feira, 17 de junho de 2009

Autores de Junho


Maria Helena Vieira da Silva nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1908, exactamente vinte anos depois de Fernando Pessoa.
Filha única, era uma criança isolada e fechada na sua individualidade.
Tinha três anos quando o seu pai morreu. Na altura, ela e os pais viviam na Suíça, onde o seu pai era diplomata.
Regressou com a mãe para Lisboa e foram viver em casa do avô materno, director do jornal “O Século”.
Em Portugal sentia-se uma grande instabilidade governamental, monárquicos e republicanos confrontavam-se dando origem a tumultos violentos, aos quais Vieira da Silva não está alheia. Do seu apartamento ela está atenta à atmosfera pesada, cheia de emoções e de tensões, que a irão acompanhar pela vida fora.
Nunca frequentou a escola. Foi instruída em casa e aprendeu a falar português, francês e inglês.
Ainda muito nova, recebeu lições de piano e aos onze anos, a mãe decidiu inscrevê-la num curso de desenho, não porque a considerasse particularmente dotada, mas sim, porque Vieira da Silva passava horas infindas a desenhar e a observar imagens.
Mais tarde, estudou também escultura e foi admitida no curso de anatomia, na faculdade de Medicina.
Aos vinte anos, sentindo necessidade de aprofundar a sua formação, vai para Paris e inscreve-se na Academia de Grand-Chaumiére, no curso de escultura, mas estuda também pintura e gravura. Viaja pela Itália e apaixona-se pelos pintores primitivos italianos.
Vieira da Silva decide ganhar a vida a fazer desenhos de tecidos e projectos para tapeçarias.
Aos vinte e dois anos casa-se com Arpad Szenes, pintor húngaro, muito mais velho do que ela e que será o seu guia para o resto da vida, pois encoraja-a constantemente a criar confiança nela mesma.
Angustiados pela guerra, fogem de Paris e refugiam-se em Lisboa, para, de seguida, partirem para o Rio de Janeiro e aí permanecerem algum tempo, ajudando os novos artistas brasileiros. Vão até Nova Iorque, onde o seu trabalho é louvado e premiado. O resto da sua vida será passado a voar de Paris para Lisboa e vice-versa. Em 1956 recebe a nacionalidade francesa, no entanto, Vieira da Silva dizia que só tinha uma pátria, a pintura.
Vieira da Silva tem ainda tempo para ver a Fundação com o seu nome e do seu marido ser criada em Lisboa. No mesmo ano em que é operada ao coração -1990.
A 6 de Março de 1992, Vieira da Silva morre em Paris.

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